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Corpos de 8 líderes cristãos evangélicos são encontrados em vala comum na Colômbia


Local da vala comum onde os oito líderes sociais e religiosos foram encontrados em Guaviare, Colômbia. (Foto: Procuradoria-Geral da República da Colômbia)

Em um evento que abalou a Colômbia, autoridades do país localizaram nesta terça-feira, 1º de julho, uma vala comum em uma área rural do município de Calamar, departamento de Guaviare, onde estavam os corpos de oito líderes religiosos cristãos.

As vítimas, nativas de Arauca, realizavam trabalho humanitário e espiritual naquela região quando desapareceram.

De acordo com os primeiros relatos do Ministério Público, esses líderes foram convocados em abril por dissidentes das FARC, especificamente pela Frente Armando Ríos, sob ordens do vulgo Iván Mordisco. Presume-se que o crime tenha tido como objetivo bloquear o suposto surgimento de uma célula do ELN, embora as autoridades não tenham encontrado indícios de vínculos entre as vítimas e esse grupo guerrilheiro.

A descoberta foi possível graças à captura, em maio, de um guerrilheiro cujo celular continha fotografias dos líderes detidos e, posteriormente, do crime, o que permitiu localizar a sepultura e proceder à sua exumação.

Os desaparecidos são James Caicedo, Óscar García, Máryuri Hernández, Maribel Silva, Isaid Gómez, Carlos Valero, Nixon Peñaloza e Jesús Valero. Os mencionados são membros dos conselhos evangélicos Alianza de Colombia e Cuadrangular.

Declaração oficial do CEDECOL

Diante deste crime, a Confederação Evangélica da Colômbia (CEDECOL) emitiu um comunicado expressando seu forte repúdio e solidariedade às famílias afetadas e às comunidades cristãs que lamentam esta perda.

“Pedimos orações pela paz e consolo a essas famílias; elevamos uma voz firme de clamor e exigência às autoridades para que esses crimes não fiquem impunes, que as investigações avancem rapidamente e que sejam dadas garantias reais para a proteção da vida e da integridade daqueles que exercem a liderança espiritual nas regiões mais vulneráveis ​​do país”, diz o comunicado.

O CEDECOL também reafirmou seu compromisso com a defesa da vida, da verdade, da justiça e da paz na Colômbia e pediu orações pela restauração do tecido social e pelo consolo dos afetados por esta tragédia. O pronunciamento concluiu relembrando a passagem bíblica de Mateus 5:10 : “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.”

Reações oficiais e contexto sociopolítico

O presidente colombiano, Gustavo Petro, condenou publicamente o assassinato e o descreveu como uma grave violação dos direitos humanos. Ele pediu o fortalecimento da presença do Estado e da segurança nos territórios historicamente afetados pelo conflito armado.

Por sua vez, a filha de uma das vítimas disse ao jornal SEMANA que o apelo que fazem ao governo Petro é “para que esteja presente e evite esse tipo de situação, porque dois grupos armados estão disputando o território e quem está no meio é o campesinato, e não há resposta do Estado. Não há proteção do Estado. Em outras palavras, estamos realmente sozinhos em uma guerra entre dois grupos armados”, explicou.

Organizações internacionais como o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) também se manifestaram, alertando que tais crimes “silenciam vozes essenciais” nas comunidades e aprofundam a crise humanitária nas áreas rurais.

O prefeito de Calamar, município onde o túmulo foi encontrado, disse que a população se sente “sozinha” e pediu ao governo nacional que intervenha em vez de se distrair com atividades festivas. Ele exigiu atenção imediata à grave crise de segurança que sua comunidade enfrenta, segundo o El País .

A situação da ordem pública na região continua muito complexa sem que ninguém faça nada porque os dissidentes ameaçam até os prefeitos dos municípios que compõem este departamento.

Números e panorama do conflito

Segundo dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), este caso se tornou o maior massacre já registrado na Colômbia em 2025. Até o momento, mais de 30 homicídios múltiplos foram registrados em áreas rurais, especialmente em regiões onde há disputas territoriais entre dissidentes das FARC e do ELN.

Guaviare tem sido palco de confrontos recorrentes entre as estruturas do grupo conhecido como Iván Mordisco e do grupo conhecido como Calarcá. Só em janeiro passado, foi relatada a chegada de 20 corpos ao necrotério local após intensos combates.

Este crime expõe a alarmante vulnerabilidade de líderes sociais e religiosos em regiões controladas por atores armados ilegais. A descoberta, a rápida ação das autoridades e a rejeição unânime da sociedade civil e da comunidade religiosa constituem um apelo urgente para garantir o direito à vida, à fé e ao trabalho comunitário em áreas afetadas pela violência.

A declaração do CEDECOL ressalta que, além da condenação, são necessários celeridade nas investigações, proteção aos líderes espirituais e verdadeiro compromisso institucional para salvaguardar aqueles que, a partir da fé e da solidariedade, trabalham pela paz na Colômbia.

Folha Gospel com informações de The Christian Post


Fonte: Folha Gospel


03/07/2025 – Rádio Melodia

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